Como começar a escrever um livro? A vontade de escrever um livro é sempre anterior ao próprio ato da escrita. O planejamento do que vai ser transformado em palavras vem da nossa capacidade de observação, memória e fantasia. Precisamos observar a realidade, acessarmos as nossas lembranças e, acima de tudo, simplesmente executarmos a nossa capacidade de inventarmos realidades. Precisamos, dessa forma, criarmos o hábito de anotarmos toda e qualquer ideia que nos venha à cabeça. Isso pode ser no gravador do celular, ou em um pedaço de papel.
Tendo as ideias prévias, maturado o processo de planejamento, é necessário que comecemos a escrever. É claro que estaremos ansiosos por vermos a obra publicada, no entanto, precisamos ter a maturidade de compreender que uma das coisas mais belas na arte é justamente o seu processo de composição. Quem de nós nunca leu um livro, olhou um quadro, viu um filme maravilhoso e pensou: “nossa, como é que uma pessoa conseguiu criar isso? Eu também queria saber fazer”.
Um processo muito comum é que comecemos a escrita de um livro e, passado o ímpeto inicial, a abandonemos; quando ficamos frentes à necessidade de persistência, é sempre mais cômodo retroceder e deixar para depois. No entanto, assim que as páginas escritas vão se acumulando, vão ganhando “volume”. Desse modo, vai nascendo no escritor autoestima enquanto artista, na medida em que se percebe que há, sim, competência para se criar uma obra. Não há nada mais bonito do que vermos as nossas ideias transformadas em textos, enchendo páginas, tomando corpo. O esforço compensa, mas é necessário que ele exista.
O que fazer, então?
Dessa forma, para começar a escrever um livro, é necessário planejamento mental, rascunho, e, por mais óbvio que seja, escrever. Escrever sem medo e com confiança de que, aos poucos, a obra irá se formando.
por Cristiano Fretta